A Terra girava, mas o lugar onde o fio estava ancorado era o único ponto fixo do universo. Por isso não era propriamente à Terra que o meu olhar se dirigia, mas ao alto, lá onde se celebrava o mistério da imobilidade absoluta.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Alberto Caeiro
Nas cidades a vida é mais pequena
Que na minha casa no cimo deste outeiro
Na cidade as grandes casas fecham a vista á chave,
Escondem-se o horizonte,empurram o nosso olhar para longe todo o ceu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa unica riqueza é ver.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
A CABANA (de William Young)
Mas o que ele encontra lá muda o seu destino para sempre. Em um mundo tão cruel e injusto, A Cabana levanta um questionamento atemporal: Se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento? As respostas que Mack encontra vão surpreender você e podem transformar sua vida de forma tão profunda quanto transformou a dele. Você vai querer partilhar este livro com todas as pessoas que ama.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
teatro magico - 29/11/2008 jundiai
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Pra descontrair....
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Você que já esteve no céu
Foi tudo divertido prá você
Chega a hora então
De provar tudo que existe
Tire agora os sapatos
Jogue tudo pro alto
Sinta o chão
Aprender a andar descalço
Num mundo de asfalto
E sem coração
Até que o mundo gire ao seu redor...
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Obrigado por passar
Mas estou de saída
Tem alguma coisa nova prá fazer
Vamos lá então
Ter um dia diferente
Eu só quero curtir
Ficar à toa, viver numa bôa
E você quer respostas
Exige provas e músicas novas
Até que o mundo gire ao seu redor...
Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece
Que anda bebendo, está perdido
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas
E diz coisas sem sentido
Se eu for ligar
Por que é que vão falar
Não faço nada...
Eu procuro tentar entender
Porque eu sou
Tão importante prá você
Já que é bem melhor
Ser importante prá si mesmo
Eu não quero mudar
Ser mais discreto
Ser mais esperto
Já cansei de propostas
Dar respostas
E ter que dar certo
Até que o mundo gire ao meu redor....
Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece
Que anda bebendo e está perdido
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas
E diz coisas sem sentido
Se eu for ligar
Por que é que vão falar
Não faço nada...
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Vão falar que você não é nada
Vão falar que você não tem casa
Vão falar que você não merece
Que anda bebendo, está perdido
E não importa o que você dissesse
Você seria desmentido
Vão falar que você usa drogas
E diz coisas sem sentido
Se eu for ligar
Por que é que vão falar
Não faço nada...
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
Thuruthu, thuruthu
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Retrospectiva - "In media res"
Quando foi mesmo que vc cresceu?
Com um aperto no peito as lembranças retomam seu lugar,ainda posso sentir cada vão momento.
Ocheiro suave da vida,o doce aroma da amizade.
Ah...como a vingança era doce....As de agora ja nos cheira podre.
Sem me dar conta volto a ser criança.
Peço um salgadinho na cantina e divido com alguns amigos depois da amarelinha.
Pouco depois estou sentada em um banco cercada de amigos.
Rio.
Não posso acreditar que acabo de chamar de amiga uma antiga "inimiga".
Mas agora choro.Sem conseguir conterr,as lagrimas saem.
Mas um abraço e me vejo inerte,olhando uma escrivininha cheia de fotos,livros,projetos e sonhos...
sábado, 20 de setembro de 2008
A lenda da Árvore de Natal (e de quebra, a do Papai Noel também)
- Passa essa estrela dourada aí, filho.
- Essa?
- É. Ficou bom aqui?
- Ficou. Ficou sim. Mas, ô pai...
- Hum?
- Essa árvore é de verdade?
- É claro que é. Você não está aí, pegando nela? Então é de verdade.
- Não é isso, pai.
- O que é então?
- Eu estou perguntando se ela é de verdade mesmo, dessas de plantar.
- E para quê você quer saber uma coisa dessas?
- Pra saber, ué.
- Tá bom. Ela não é de verdade. Passa essa bola vermelha aí.
- O quê?
- Essa bola aí, do seu lado. Passa pra mim.
- Ah, tá.
- Você acha que a bola fica bem aqui?
- Fica. Fica sim. Ô pai...
- Hum?
- Porque é que a gente tem que colocar árvore no Natal?
- Por quê? Oras, por que... por que sim. Para enfeitar.
- Enfeitar o quê?
- A casa. Todo mundo enfeita a casa no Natal.
- E enfeita com árvore por quê?
- É porque a árvore é... é... é uma lenda antiga, filho.
- E como é que é a lenda?
- A lenda? Bem. É uma lenda comprida, quer mesmo saber?
- Quero.
- Hum, bem, é que antigamente, tinha...hum... uma árvore que...hum... dava
presentes!
- Dava?
- É. Os presentes nasciam nela, sabe? Que nem fruta. E a época dela de dar
frutas era justamente na época do Natal. Nascia de tudo. Videogame.
Computador. Celular. Mp3. De tudo mesmo. E aí era só as pessoas irem lá e
pegarem os presentes. Ninguém precisava pagar nada. E então... então...
- Então o quê?
- Então... bem, então os donos das lojas começaram a ficar bravos porque
ninguém mais comprava presentes e eles não ganhavam dinheiro. E então...
então eles resolveram cortar todas as Árvores de Natal do mundo!
- Nossa...
- Uma noite, os donos das lojas, vestidos de vermelho e usando uma barba
branca falsa para disfarçar, saíram cortando todas as árvores, usando a
serra que eles levavam num saco. Não sobrou nenhuma! E desde aquele dia, a
gente tem que pagar caro pelos presentes de Natal...
- Os donos da loja... De vermelho? Com um saco? E barba branca?
- É... isso mesmo e... e... me passa esse sininho aí.
- O quê?
- Esse sino prateado. Pega aí. Pra pendurar na árvore!
- Ah, tá... - disse o filho, olhando desconfiado.
(Artur de Carvalho)
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Notas de um observador:
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.
(insetos interiores-teatro magico)
terça-feira, 5 de agosto de 2008
O caminho é longo,éh...é um longo caminho...

Atraida pelo som a garota entra pela porta que alguem deixou aberta.O som lhe penetra os ouvidos e toca-lhe a alma.
A garota segue o som.Logo à esquerda alguem sorrindo indaga-lhe:
Ah!Se ela soubesse para onde aquela pergunta a levaria,se ao menos ela soubesse....
Mas a vida tem desses momentos,em que nos, muitas vezes quetionados,mudamos o rumo das coisas.As vezes é preciso “brigar” com o destino,com a regra da maioria,há momentos em que mesmo não sabendo sentimos,falamos,fazemos.
Porque a porta estava aberta,e estando aberta não custa nada entrar.
sexta-feira, 4 de julho de 2008
EROS E PSIQUE
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino —
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
A cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
mar marvado seria o rio
que correndo do meu riacho... levaria o que acho
pra onde ninguém pode achar..."
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Sapatos caramelo, um mesmo livro de cabeceira.
Afinidade acontece entre seres humanos. a mesma frase
Dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a
Certeza das semelhanças entre o que se canta e o que
Se escreve. afinação acontece. um mesmo acorde, um
Mesmo som, uma mesma harmonia. afinação acontece entre
Instrumentos musicais. a mesma nota repetidas vezes, a
Busca pela perfeição sonora e a certeza das
Similaridades entre um tom acima e um tom abaixo. a
Incrível mágica acontece quando os instrumentos
Musicais descobrem afinidades humanas entre si no
Mesmo instante em que os seres humanos descobrem
Afinações musicais dentro deles mesmos.
terça-feira, 24 de junho de 2008
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Quanto uma semana
Sobra tanta falta de paciência
Que me desespero
Sobram tantas meias-verdades
Que guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos
Que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço
Dentro do abraço
Falta tanta coisa pra dizer
Que nunca consigo
Sei lá,
Se o que me deu foi dado
Sei lá,
Se o que me deu já é meu
Sei lá,
Se o que me deu foi dado ou se é seu
Sei lá... sei lá... sei lá....[...]
sábado, 7 de junho de 2008
uma boa reportagem...
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Por que os discursos de Lula causam polêmica (Revista Veja - 7/7/2003)
obs:Antes não tivesse falado,e não lhe seria cobrado...
Desde que assumiu o Palácio do Planalto, Lula fez mais de 100 discursos. Ele aproveita qualquer solenidade para mandar seu recado e, com irrefreável pendor para o improviso, não raro seus discursos extrapolam o tema do momento e acabam por contemplar assuntos de interesse mais amplo, ganhando as manchetes do dia seguinte. Nos últimos tempos, Lula falou a negros, empresários, sem-terra, deficientes mentais, sindicalistas, doceiras, vereadores, juristas. Lula fala tanto, o tempo todo, que até dispensa cadeias nacionais de rádio e televisão. Até agora, convocou apenas uma. Em contraste, em seus primeiros seis meses de governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que não era de falar pouco, convocou cinco cadeias nacionais. Lula fala tanto porque, em política, a palavra é poder.
Encarregado de escrever os discursos oficiais do presidente, Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República, ex-professor de português com conhecimentos de grego e latim, só está por trás de uma parte daquilo que aparece nas declarações de Lula. A parte mais polêmica geralmente não sai da tela de seu computador. É criação pessoal de Lula, no improviso. Político carismático, Lula envolve emocionalmente os ouvintes com sua espontaneidade e é convincente em mensagens de otimismo porque ele mesmo é um produto da auto-estima e da vontade de vencer. Isso tudo é muito positivo para o exercício da Presidência, mas há um risco que já começa a ser notado no desempenho verbal de Luiz Inácio. Numa solenidade à beira do túmulo do sindicalista Chico Mendes e, depois, numa videoconferência no Banco Mundial, Lula deixou de falar sobre o papel dos brasileiros na construção do Brasil e aventurou-se a discorrer sobre a missão do homem na Terra. Numa cerimônia na Confederação Nacional da Indústria, Lula desprezou o Congresso e o Judiciário e disse que só Deus será capaz de impedir que o Brasil ocupe seu lugar de destaque no mundo. Na abertura de uma feira gaúcha, afirmou que assumiu um país quebrado e se proclamou o salvador nacional. "Quando fala, Lula se coloca entre a vontade divina e a vontade popular", diz Roberto Romano, professor de ética e filosofia política da Universidade Estadual de Campinas. "Ao dizer que alguém terá de salvar o país e esse alguém é ele, Lula se apresenta como Moisés. É um discurso antigo, sem lugar no Estado moderno e democrático."
Em diversas ocasiões, Lula tem dito que seu governo, ao contrário dos anteriores, não tem o direito de errar, sob pena de desmoralizar a competência política das camadas populares, estrato social de onde provém. Com isso, o presidente tangencia o mito da infalibilidade, outra nódoa messiânica que mancha seus discursos. Na Roma antiga, para combater essa ilusão onipotente, diz a história que os guerreiros, quando voltavam de uma batalha vitoriosa, eram saudados com tal entusiasmo popular que um sacerdote era escalado para acompanhá-los nas bigas e ficar repetindo: "Lembra-te de que és mortal! Lembra-te de que és mortal!". Ao recordar esse ritual quando se referiu aos arroubos retóricos de Lula, o articulista João Mellão Neto escreveu o seguinte no jornal O Estado de S.Paulo: "Tratava-se de uma advertência prudente: o poder e o sucesso inebriam de tal forma que não raro levam os homens a perder o senso, se julgar infalíveis, desafiar os deuses e o destino".
Com certeza, Lula não chegou a tanto, mas seus improvisos começam a causar incômodo em função do descompasso entre o que o presidente diz e o que seu governo faz. Neste aspecto, Lula mantém um cacoete dos tempos de militância sindical. No universo das assembléias de trabalhadores, a palavra tem um valor tremendo, quase equivalente à ação. Quem fala melhor, quem arrebata a platéia, é aplaudido e tem sua proposta aprovada – e, na disputa pelo comando da massa, é isso que conta. No governo, porém, falar não é sinônimo de realizar. Falar, conquistar a platéia, é só o início. "O presidente fala demais porque governa pouco", diz o cientista político Otaciano Nogueira, ex-professor da Universidade de Brasília. "O discurso de Lula, com sua linguagem peregrina, é vago. Hegel, o filósofo, dizia que o discurso é um ato eficaz na medida em que precede a ação", completa. O descompasso entre a palavra do presidente e a ação do governo é particularmente acentuado num dos campos mais caros aos petistas – a área social.
fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/canal_aberto/clipping/julho2003/clipping030707_veja.htmlPorta
Sorrateiramente ela fecha a porta.Sem olhar para trás,sem pensar em nada.O mundo que via assustava,confundi lhe os pensamentos,ele ainda não lhe fora apresentado.
Seus passos,não são largos,tão pouco decididos,ela não tem pressa de chegar.
Depara-se com a viela,mas não pára.Lembra-se dos tempos de infância em que brincava de pique esconde,não era menos feliz.”Quando se é criança,não se nota a diferença entre um camelo e um dromedário”-pensou.
Ultrapassa a viela.A laranjeira!Ela sorri,mas chora por dentro.Lembra-se das vezes em que atrasada,apanhava uma laranja como café da manhã,para não se atrasar na escola.
Escola...Ai lembrava -se bem,das amigas,dos amigos,da matéria,dos garotos,talvez um em especial “não mais que isso”,lembra a si mesma.
Como sonhava...Bons planos lhe viam a mente naquela época.Ultimamente,Não tem sonhado muito.”Depois de um tempo a gente passa aceitar o acaso”.-pensa
E sorri.Desta vez,passa por um conhecido que lhe devolve o sorriso.
Na outra rua ela vê um garoto vendendo balas no farol.”Talvez tenha gente que acredita no acao a vida toda,nem na infância lhe dão trégua”,não teve tempo de ficar feliz com esse pensamento.Aquela criança lhe impediu o conforto.
Desta vez ela se lembra de algo muito importante “Só Deus pode mudar essa situação.”
Então se lembra de que há alguém que olha por ela,e a conforta.Alguém que ela não vê,porem sente sua presença,e ouvi suas palavras.
Ele lhe pede para confia Nele.Diz que o “coração do homem faz planos ,mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor”, aqueles curtos e excitantes dão lugar a passos largos e decididos,de gente que sabe o que quer,ou pelo menos sabe o que não quer.Ela sabe o que não quer,e sabe que Deus esta com ela.
Uma grande porta se abre a sua frente,se ela tornara a abri-la,só Deus sabe.Só ele sabe de todas as coisas,e coopera para o bem dela.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Musica Erudita
Existem três definições para a música erudita, ou música clássica.
A primeira delas, utilizada por muitos dicionários de música, define a música erudita como sendo música "séria" em oposição à música popular, música folclórica, música ligeira ou de jazz. Essa definição talvez não seja a melhor a se fazer, se considerarmos que a música para ser séria não precisa, necessariamente, ser música erudita.
A segunda definição, que serve apenas para a música clássica, afirma que essa música seria qualquer música em que a atração estética resida principalmente na clareza, no equilíbrio, na austeridade e na objetividade da estrutura formal, em lugar da subjetividade, do emocionalismo exagerado ou da falta de limites de linguagem musical.
Nesse sentido a música clássica implica a antítese da música romântica feita em fins do século 17 e início do século 19, em que a ênfase recaía sobre os sentimentos, as paixões e o exótico, em lugar da razão, da contenção e de esteticismo da arte clássica.
O problema nesse caso é que os primeiros traços do romantismo, que seria a música contrária à música clássica, podem ser apreciados nas obras de Beethoven e Schubert, e, em um perídodo mais adiante, nas de Brahms, Wagner e Liszt, ou seja, hoje o termo música clássica, para a grande maioria das pessoas, abrangeria estes nomes como compositores de música clássica ou erudita. Ninguém em sã consciência afirmaria hoje que Beethoven seria a antítese da música clássica.
Assim sendo, essa também não é uma boa definição para o termo.
Uma terceira definição afirma que música erudita seria a música feita durante o período de 1750 a 1830, em especial a de Haydn, Mozart e Beethoven. Podemos dizer que nesse período a música mais representativa e mais mencionada é a da Escola Clássica Vienense, refletindo a importância de Viena como capital musical da Europa nesse período.
A Escola Clássica de Viena seria responsável pelo desenvolvimento da sinfonia, do quarteto de cordas e do concerto, e assistiu ao triunfo final da música instrumental sobre a música coral. Entre suas mais importantes e duradouras realizações está a introdução e o estabelecimento da "forma sonata" _estrutura musical que se desenvolveu durante a segunda metade do século XVIII nas sonatas, sinfonias, concertos, aberturas, quartetos, árias e etc.
Suas origens são complexas e só se tornarão conhecidos como formato padronizado após serem definidas por Reicha, em 1826, e depois por Czerny, em seu compêndio "Escola Prática de Composição", em 1848.
As principais características das "formas sonatas" estão nos primeiros movimentos de Haydn, Mozart e Beethoven. As principais mudanças que essas "formas sonatas" trouxeram para a música estão nas violentas oposições de vários tons, no contraste entre várias idéias temáticas diferentes, que, por sua vez, aumentam substancialmente o aspecto dramático da música e na articulação da estrutura através da instrumentação.
Os fatos musicais no interior da sonata costumam ser explicados a partir de três planos: exposição, desenvolvimento e recapitulação.
A exposição apresenta o material temático que caminha da tônica, que é a primeira nota de uma escala, da qual o tom em que a escala está construída recebe o nome, ou seja, a tônica da escala de dó maior ou de dó menor é dó. Existe também, dentro de uma escala, a nota dominante, que é a quinta nota acima da tônica, ou seja, se a tônica for dó a sua dominante será sol, pois sol é a quinta nota da escala de dó (1ª dó, 2ª ré, 3ª mi, 4ª fá, 5ª sol, 6ª lá, 7ª sí).
O desenvolvimento diz respeito à discussão e transformação dos temas, aliás é sempre bom lembrar que o tema é a idéia musical que forma a parte estrutural e essencial de uma composição.
A recapitulação é a que representa ao material de exposição, basicamente na área da tônica. A função dramática dessa seção é afirmar o tom original, após a transferência para a dominante no final da exposição. É a recapitulação que dá o toque final na sonata.
Porém, segundo grandes estudiosos da música e de teoria de musical, o termo que melhor representa a música dos grandes compositores é música de concerto, o que demonstra a impossibilidade de classificá-la, pois como afirma Ênio Squeff, "Beethoven não tem nada de erudito, nem Villa-Lobos. A música de concerto é aquela inqualificável. É a gênese da atividade musical".
No Brasil
A Música Erudita, ou Clássica, ou de Concerto, no Brasil dos primeiros séculos de colonização portuguesa, vinculava-se estritamente à Igreja e à catequese. Com o passar do tempo, irmandades de música, salas de concerto e manuscritos brasileiros vão traçando o perfil de uma atividade crescente no país, onde pontificaram nomes como Antônio José da Silva, cognominado "O Judeu", José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Caetano de Mello Jesus, entre outros.
Com a chegada de D. João VI no Brasil, tivemos também um grande impulso às atividades musicais e José Maurício Nunes Garcia destacou-se como o primeiro grande compositor brasileiro.
Mas mesmo com todas as obras feitas por estes compositores, ainda no século 19, falar em música erudita brasileira era motivo de riso, num período totalmente dominado pelos mestres italianos (com esporádicas contribuições de alemães e franceses).
Foi somente com Villa-Lobos que a música nacionalista no Brasil introduziu-se e consolidou-se pra valer.
Nessa época, ignorava-se compositores como Alberto Nepomuceno e Brasílio Itiberê da Cunha, exatamente por causa da excessiva brasilidade de suas composições, e admitia-se Carlos Gomes graças ao sucesso europeu.
É a partir de Villa-Lobos que o Brasil descobre a música erudita e o país passa, desde então, a produzir talentos em série: Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Radamés Gnatalli, Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe, Cláudio Santoro e Edino Krieger são alguns desses expoentes.
Mas mesmo hoje, o Brasil ainda é um país que não percebeu o devido valor da música clássica ou erudita ou de concerto, talvez por causa de nossa história ou de nossa situação político-econômica. Os músicos eruditos e os artistas em geral são, como na opinião do professor Koellreutter, "uma espécie de Quixotes, que lutam contra os moinhos de ventos".
Renato Roschelsábado, 24 de maio de 2008
Este mundo da injustiça globalizada - Jose Saramago.
Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de súbito se ouviu soar o sino da igreja. Naqueles piedosos tempos (estamos a falar de algo sucedido no século XVI) os sinos tocavam várias vezes ao longo do dia, e por esse lado não deveria haver motivo de estranheza, porém aquele sino dobrava melancolicamente a finados, e isso, sim, era surpreendente, uma vez que não constava que alguém da aldeia se encontrasse em vias de passamento. Saíram portanto as mulheres à rua, juntaram-se as crianças, deixaram os homens as lavouras e os mesteres, e em pouco tempo estavam todos reunidos no adro da igreja, à espera de que lhes dissessem a quem deveriam chorar. O sino ainda tocou por alguns minutos mais, finalmente calou-se. Instantes depois a porta abria-se e um camponês aparecia no limiar. Ora, não sendo este o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreende-se que os vizinhos lhe tenham perguntado onde se encontrava o sineiro e quem era o morto. "O sineiro não está aqui, eu é que toquei o sino", foi a resposta do camponês. "Mas então não morreu ninguém?", tornaram os vizinhos, e o camponês respondeu: "Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a finados pela Justiça porque a Justiça está morta."
Que acontecera? Acontecera que o ganancioso senhor do lugar (algum conde ou marquês sem escrúpulos) andava desde há tempos a mudar de sítio os marcos das estremas das suas terras, metendo-os para dentro da pequena parcela do camponês, mais e mais reduzida a cada avançada. O lesado tinha começado por protestar e reclamar, depois implorou compaixão, e finalmente resolveu queixar-se às autoridades e acolher-se à protecção da justiça. Tudo sem resultado, a expoliação continuou. Então,
desesperado, decidiu anunciar urbi et orbi (uma aldeia tem o exacto tamanho do mundo para quem sempre nela viveu) a morte da Justiça. Talvez pensasse que o seu gesto de exaltada indignação lograria comover e pôr a tocar todos os sinos do universo, sem diferença de raças, credos e costumes, que todos eles, sem excepção, o acompanhariam no dobre a finados pela morte da Justiça, e não se calariam até que ela fosse ressuscitada. Um clamor tal, voando de casa em casa, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, saltando por cima das fronteiras, lançando pontes sonoras sobre os rios e os mares, por força haveria de acordar o mundo adormecido... Não sei o que sucedeu depois, não sei se o braço popular foi ajudar o camponês a repor as estremas nos seus sítios, ou se os vizinhos, uma vez que a Justiça havia sido declarada defunta, regressaram resignados, de cabeça baixa e alma sucumbida, à triste vida de todos os dias. É bem certo que a História nunca nos conta tudo...
Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir-se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exacto e rigoroso sinónimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável à vida é o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso os determinasse a lei, mas também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em acção, uma justiça em que se manifestasse, como um iniludível imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste.
Mas os sinos, felizmente, não tocavam apenas para planger aqueles que morriam. Tocavam também para assinalar as horas do dia e da noite, para chamar à festa ou à devoção dos crentes, e houve um tempo, não tão distante assim, em que o seu toque a rebate era o que convocava o povo para acudir às catástrofes, às cheias e aos incêndios, aos desastres, a qualquer perigo que ameaçasse a comunidade. Hoje, o papel social dos sinos encontra-se limitado ao cumprimento das obrigações rituais e o gesto iluminado do camponês de Florença seria visto como obra desatinada de um louco ou, pior ainda, como simples caso de polícia. Outros e diferentes são os sinos que hoje defendem e afirmam a possibilidade, enfim, da implantação no mundo daquela justiça companheira dos homens, daquela justiça que é condição da felicidade do espírito e até, por mais surpreendente que possa parecer-nos, condição do próprio alimento do corpo. Houvesse essa justiça, e nem um só ser humano mais morreria de fome ou de tantas doenças que são curáveis para uns, mas não para outros. Houvesse essa justiça, e a existência não seria, para mais de metade da humanidade, a condenação terrível que objectivamente tem sido. Esses sinos novos cuja voz se vem espalhando, cada vez mais forte, por todo o mundo são os múltiplos movimentos de resistência e acção social que pugnam pelo estabelecimento de uma nova justiça distributiva e comutativa que todos os seres humanos possam chegar a reconhecer como intrinsecamente sua, uma justiça protectora da liberdade e do direito, não de nenhuma das suas negações. Tenho dito que para essa justiça
dispomos já de um código de aplicação prática ao alcance de qualquer compreensão, e que esse código se encontra consignado desde há cinquenta anos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aquelas trinta direitos básicos e essenciais de que hoje só vagamente se fala, quando não sistematicamente se silencia, mais desprezados e conspurcados nestes dias do que o foram, há quatrocentos anos, a propriedade e a liberdade do camponês de Florença. E também tenho dito que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tal qual se encontra redigida, e sem necessidade de lhe alterar sequer uma vírgula, poderia substituir com vantagem, no que respeita a rectidão de princípios e clareza de objectivos, os programas de todos os partidos políticos do orbe, nomeadamente os da denominada esquerda, anquilosados em fórmulas caducas, alheios ou impotentes para enfrentar as realidades brutais do mundo actual, fechando os olhos às já evidentes e temíveis ameaças que o futuro está a preparar contra aquela dignidade racional e sensível que imaginávamos ser a suprema aspiração dos seres humanos. Acrescentarei que as mesmas razões que me levam a referir-me nestes termos aos partidos políticos em geral, as aplico por igual aos sindicatos locais, e, em consequência, ao movimento sindical internacional no seu conjunto. De um modo consciente ou inconsciente, o dócil e burocratizado sindicalismo que hoje nos resta é, em grande parte, responsável pelo adormecimento social decorrente do processo de globalização económica em curso. Não me alegra dizê-lo, mas não poderia calá-lo. E, ainda, se me autorizam a acrescentar algo da minha lavra particular às fábulas de La Fontaine, então direi que, se não interviermos a tempo, isto é, já, o rato dos direitos humanos acabará por ser implacavelmente devorado pelo gato da globalização económica.
E a democracia, esse milenário invento de uns atenienses ingénuos para quem ela significaria, nas circunstâncias sociais e políticas específicas do tempo, e segundo a expressão consagrada, um governo do povo, pelo povo e para o povo? Ouço muitas vezes argumentar a pessoas sinceras, de boa fé comprovada, e a outras que essa aparência de benignidade têm interesse em simular, que, sendo embora uma evidência indesmentível o estado de catástrofe em que se encontra a maior parte do planeta, será precisamente no quadro de um sistema democrático geral que mais probabilidades teremos de chegar à consecução plena ou ao menos satisfatória dos direitos humanos. Nada mais certo, sob condição de que fosse efectivamente democrático o sistema de governo e de gestão da sociedade a que actualmente vimos chamando democracia. E não o é. É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, por delegação da partícula de soberania que se nos reconhece como cidadãos eleitores e normalmente por via partidária, escolher os nossos representantes no parlamento, é verdade, enfim, que da relevância numérica de tais representações e das combinações políticas que a necessidade de uma maioria vier a impor sempre resultará um governo. Tudo isto é verdade, mas é igualmente verdade que a possibilidade de acção democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder económico, em particular à parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia aspira. Todos sabemos que é assim, e contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua dos factos, continuamos a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e actuante, quando dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica. E não nos apercebemos, como se para isso não bastasse ter olhos, de que os nossos governos, esses que para o bem ou para o mal
elegemos e de que somos portanto os primeiros responsáveis, se vão tornando cada vez mais em meros "comissários políticos" do poder económico, com a objectiva missão de produzirem as leis que a esse poder convierem, para depois, envolvidas no açúcares da publicidade oficial e particular interessada, serem introduzidas no mercado social sem suscitar demasiados protestos, salvo os certas conhecidas minorias eternamente descontentes...
Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.
Não tenho mais que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silêncio. O camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o sino vai tocar. Ouçamo-lo, por favor.
18/03/2002
terça-feira, 13 de maio de 2008
A cultura mais do que a herança genetica determina o comportamento do homem e justifica as suas realizações"(kroeber)
A cultura é uma lente atravez da qual o homem vê o mundo.Homens de culturas diferentes usam lentes diversas.
“O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional, antes de ser transmitido à América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão, cuja planta se tornou doméstica na Índia; ou de linho ou de lã de carneiro, um e outro domesticados no Oriente Próximo; ou de seda, cujo emprego foi descoberto na China. Todos esses materiais foram fiados e tecidos por processos inventados no Oriente Próximo. Ao levantar da cama faz uso dos “mocassins” que foram inventados pelos índios das florestas do Leste dos Estados Unidos e entra no quarto de banho cujos aparelhos são uma mistura de invenções européias e norte-americanas, umas e outras recentes. Tira o pijama, que é vestiário inventado na Índia e lava-se com sabão que foi inventado pelos antigos gauleses, faz a barba que é um rito masoquístico que parece provir dos sumerianos ou do antigo Egito.
Voltando ao quarto, o cidadão toma as roupas que estão sobre uma cadeira do tipo europeu meridional e veste-se. As peças de seu vestuário tem a forma das vestes de pele originais dos nômades das estepes asiáticas; seus sapatos são feitos de peles curtidas por um processo inventado no antigo Egito e cortadas segundo um padrão proveniente das civilizações clássicas do Mediterrâneo; a tira de pano de cores vivas que amarra ao pescoço é sobrevivência dos xales usados aos ombros pelos croatas do séc. XVII. Antes de ir tomar o seu breakfast, ele olha ele olha a rua através da vidraça feita de vidro inventado no Egito; e, se estiver chovendo, calça galochas de borracha descoberta pelos índios da América Central e toma um guarda-chuva inventado no sudoeste da Ásia. Seu chapéu é feito de feltro, material inventado nas estepes asiáticas.
De caminho para o breakfast, pára para comprar um jornal, pagando-o com moedas, invenção da Líbia antiga. No restaurante, toda uma série de elementos tomados de empréstimo o espera. O prato é feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano. Começa o seu breakfast, com uma laranja vinda do Mediterrâneo Oriental, melão da Pérsia, ou talvez uma fatia de melancia africana. Toma café, planta abssínia, com nata e açúcar. A domesticação do gado bovino e a idéia de aproveitar o seu leite são originárias do Oriente Próximo, ao passo que o açúcar foi feito pela primeira vez na Índia. Depois das frutas e do café vêm waffles, os quais são bolinhos fabricados segundo uma técnica escandinava, empregando como matéria prima o trigo, que se tornou planta doméstica na Ásia Menor. Rega-se com xarope de maple inventado pelos índios das florestas do leste dos Estados Unidos. Como prato adicional talvez coma o ovo de alguma espécie de ave domesticada na Indochina ou delgadas fatias de carne de um animal domesticado na Ásia Oriental, salgada e defumada por um processo desenvolvido no norte da Europa.Acabando de comer, nosso amigo se recosta para fumar, hábito implantado pelos índios americanos e que consome uma planta originária do Brasil; fuma cachimbo, que procede dos índios da Virgínia, ou cigarro, proveniente do México. Se for fumante valente, pode ser que fume mesmo um charuto, transmitido à América do Norte pelas Antilhas, por intermédio da Espanha. Enquanto fuma, lê notícias do dia, impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material inventado na China e por um processo inventado na Alemanha. Ao inteirar-se das narrativas dos problemas estrangeiros, se for bom cidadão conservador, agradecerá a uma divindade hebraica, numa língua indo-européia, o fato de ser cem por cento americano.”
(O cidadão norte-americano
Ralph Linton, antropólogo)
segunda-feira, 5 de maio de 2008
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Locus Amoenus
quarta-feira, 16 de abril de 2008
domingo, 13 de abril de 2008
[...]
Depois de 20 anos na escola
Não é dificil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis
Geração Coca-cola
quinta-feira, 20 de março de 2008
Tomaram que sejam faceis.
Mas,
se forem difíceis
que seja coisas....
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
"In media res"

Quando foi mesmo que vc cresceu?
Com um aperto no peito as lembranças retomam seu lugar,ainda posso sentir cada vão momento.
O cheiro suave da vida,o doce aroma da amizade.Ah!Como a vingança era doce...As de agora nos cheira a podre.
Sem me dar conta volto a ser criança.
Peço um salgado na contina e divido com alguns colegas depois da amarelinha.
Pouco depois,estou sentada em um banco repleta de amigos.
Rio;não posso acreditar que acabo de chamar de amiga uma antiga inimiga.
Sem conseguir conter,as lagrimas saem com desespero.Mais um abraço e me vejo inerte,olhando para uma escrivaninha cheia de fotos,livros,projetos e sonhos...
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
De repente passado....

Talvez fosse so os meus olhos.Os olhos de uma jovem louca pra descobrir o mundo e esquecer o passado.Esquecer?Jamais!!!!....Como esquecer?
Tudo o que vemos,ouvimos,sentimos;uma flor,um lugar,os fogos de ano novo,os sonhos....impossivel esquecer!!
Retirar-se!talvez seja exatamente isso...retirar-se do passado.Viver o presente.Sentir as flores presentes...Mas esquecer?
O passado tambem diz muito a nosso respeito.É engraçado como somos capazes de perdoar o pior dos fatos,mas que agora...que importancia fazem?
Amamos e deixamos de amar.Não tem mais a vivacidade do momento.
No presente,o que sobra do passado são fatos que somos capazes de enxergar com mais clareza.
domingo, 27 de janeiro de 2008
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
(...)Os estudantes entretiam-se jogando,lendo,cantando e narrando suas aventuras galantes.O teatro veio ajudar a mudar a estrutura dos componentes da cidade provinciana.
A musica como arte que é,tem caracteristicas proprias,é determinada por um conjunto,que é o estado geral do espirito e dos costumes ambientes.Para a maioria dos nossos ainda era quase novidade.Não havia na época um organização determinada a preparar voluntarios para a batalha musical.Tudo era dificil.Devia-se começar por ir ao teatro e saber do que se tratava para ganhar-se vontade e iniciar o estudo de algum instrumento."
("Carlos Gomes-do sonho à conquista",de Juvenal Fernandes)
domingo, 13 de janeiro de 2008
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
O homem estava pegando as chaves do carro (a mulher já tinha saído para levar as crianças à escola) quando tocaram a campainha.
Irritado, pois já se atrasara bastante, ele abre a porta:
-Sim
O ser andrógino, belo e feio, to e baixo, negro e louro, faz um sinalzinho dobrando o indicador:
- Vim buscar você.
Não era preciso explicar, o homem entendeu na hora: o Anjo da Morte estava ali, e não havia como escapar. Mas,acostumado a negociações,mesmo perturbado ele rapidamente pensou que era cedo,cedo demais,e tentou argumentar:
-Mas como, o que?Agora, assim, sem aviso sem nada?Nem um prazo decente?
O anjo sorri um sorriso bondoso e perverso, suspira e diz:
-Mas ninguém tem a originalidade de me receber com simpatia neste mundo, ninguém nunca esta preparado?Esta certo de que você só tem40 anos, mas mesmo os de 80... O homem agarrou mais firme a chave do carro que acabara encontrando no bolso do paletó e insistiu:
-Vem cá, me da uma chance.
O anjo teve pena, aquele grandalhão estava realmente apavorado. Ah,os humanos...Então teve um acesso de bondade e concedeu:
-Tudo bem... Eu te dou uma chance,se você me der três boas razões para não vir comigo desta vez.
(Passava um brilho malicioso nos olhos azuis e negros daquele anjo?).
O homem aprumou-se, claro, ele sabia que ia dar certo, sempre fora bom negociador. Ma,quando abria a boca para começar sua ladainha de razoes – muito mais que três,ah sim -,o anjo Ergue um dedo imperioso:
Espera ai. Três boas razões,mas...não vale dizer que seus negócios precisam ser organizados,sua mulher nem sabe assinar um cheque,seus filhos nada conhecem da realidade.O que interessa é você,você mesmo.Por que valeria a pena ainda te deixar aqui algum tempo?
(...) Muitas vezes contei essa historia e inevitavelmente homens e mulheres ficam surpreso e pensativo, sem resposta imediata ainda que de brincadeira.
E nos?Com que argumentos persuadiríamos o anjo visitante de ainda não nos levar?Eles seriam falsos, inventados na hora, ou brotariam da nossa eventual contemplação – a reavaliação – da vida, e do sentido de tudo, de nossos projetos e esperanças?
Isto é, se acaso alguma vez interrompemos nossa agitação para um questionamento desses. Pois em geral nos atordoamos na agitação da mídia,da moda,do consumo,da corria pelo melhor salário,melhor lugar,melhor mesa no restaurante,melhor modo de enganar o outro e subir.
Ainda que infimamente em nosso ínfimo posto.
(Texto extraido do livro "Pensa é trangredir" de Lya Luft)


